Eu quero

"A bordo de sua vida me fiz passageiro eterno."

domingo, 23 de setembro de 2012

Meu coração, não sei por que




Meu coração vai calando-se e sua voz rouca tornando-se nada.

Encontrou um paredão tão grande que simplesmente teve de cessar. Cessar sua busca, seu reencontro, seu sentir-se vivo para quase morto fingir-se vivo. Encontrou neste muro a solidão. Antes batia em ritmo com outro, que a pouco o abandonara e na tristeza do ninguém o deixou para sobreviver num mundo sem graça. Tudo que se aproxima, sabe-se lá de onde, machuca. E aos poucos tudo deixa de ser espinho e torna-se aos poucos pedra. Pedra que o faz tropeçar e cair na poeira de quem na frente disparou o abandonando. O que era tudo isso? Simplesmente, acostumara-se a dor. Errado, dessa forma ele segue, erroneamente, com a dor do lado, o apunhalando e ele nem mesmo mais consegue dar importância para isso, mas deixou também de perceber que essa mesma dor que o golpeia constantemente por tanto tempo a fio suga aos poucos sua essência, sua vida. Os olhos fundos, a expressão de que jamais reencontrará qualquer sorriso nos próprios lábios. Tudo tão duro e imóvel que ele mal percebe que está vivendo no limite a tempo suficiente para se construir novamente e reencontrar a luz de sorrisos prazerosos numa sala banhada ao sol da tardinha...
Estava doente, daquela enfermidade que ele jamais acreditara existir, do mal do amor que é quando o lado bom acaba e o que antes era para dois fica nas mãos apenas de um. Pesado demais para segurar sozinho. Mas sozinho, a pior das armas, das maldades, dos dessabores... Vem e arranca sua lógica e razão, o faz sentir tão só que a solidão vem junto lhe fazer companhia. Te faz questionar-se o todo tempo se perguntando porque...

É como dizem, não existe armadura que proteja o coração.

Meu coração, não sei por que...

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

A gosto, contanto que não falemos de amor


Contanto que não falemos de amor
Desaprendendo a te amar
O sôfrego trôpego
Trai-se ao caminhar!

Tenho saudade de qualquer um que tenha saudade de mim
Tenho saudade da saudade que me dava ao ter saudade
De lembrar que um dia eu nem pensava no fim.

Do outro coração intolerante que só bate
Do amor tão forte que me chama
Da chama que queima, mas nem arde.

Do sorriso sem luz que tenta esconder
Uma dor tenra sem pudor de nascer
No meio da alma e se alastrar pelos nós
Não em nós, mas só em mim, só eu a sós!

E agora sendo bem direto
Eu não estou pronto para muitas coisas e a pior delas é te ver com outro alguém!
Te ouço chegar a todo instante, quando a porta abre ou o vento é errante
Te imagino em cada esquina, encostado na sua razão, fumando sua certeza, bebendo sua coragem, recitando sua glória.
Mas você não é a razão, pois quando você está ela só deixa você nela escorar.
E torna tudo mais estranho, mais confuso que amar!

E o seu tom é só um
De amor cruel que empilhou
Paixões eternas e corações partidos
Para vários bobos arrependidos
Ler paixão, amor e coração
Na mesma estrofe que nem é refrão!

Chega de tanta lágrima e mel sem gosto,
Só quero desaprender o mais difícil
Que todo ano tem seu Agosto
E que por pior que seja ele
Foi nele que tudo acabou para que eu começasse de novo.

Chega de tanta lágrima e mel sem gosto,
Só quero desaprender o mais dolorido
Que todo ano tem seu Agosto
E que te amar não pode mais ser tão colorido
Então deixo tudo cinza ficar
E cinzas também, se o fogo quiser queimar!
E que acabe esse mês e me venha uma vida inteira para amar...