Eu quero

"A bordo de sua vida me fiz passageiro eterno."

domingo, 23 de setembro de 2012

Meu coração, não sei por que




Meu coração vai calando-se e sua voz rouca tornando-se nada.

Encontrou um paredão tão grande que simplesmente teve de cessar. Cessar sua busca, seu reencontro, seu sentir-se vivo para quase morto fingir-se vivo. Encontrou neste muro a solidão. Antes batia em ritmo com outro, que a pouco o abandonara e na tristeza do ninguém o deixou para sobreviver num mundo sem graça. Tudo que se aproxima, sabe-se lá de onde, machuca. E aos poucos tudo deixa de ser espinho e torna-se aos poucos pedra. Pedra que o faz tropeçar e cair na poeira de quem na frente disparou o abandonando. O que era tudo isso? Simplesmente, acostumara-se a dor. Errado, dessa forma ele segue, erroneamente, com a dor do lado, o apunhalando e ele nem mesmo mais consegue dar importância para isso, mas deixou também de perceber que essa mesma dor que o golpeia constantemente por tanto tempo a fio suga aos poucos sua essência, sua vida. Os olhos fundos, a expressão de que jamais reencontrará qualquer sorriso nos próprios lábios. Tudo tão duro e imóvel que ele mal percebe que está vivendo no limite a tempo suficiente para se construir novamente e reencontrar a luz de sorrisos prazerosos numa sala banhada ao sol da tardinha...
Estava doente, daquela enfermidade que ele jamais acreditara existir, do mal do amor que é quando o lado bom acaba e o que antes era para dois fica nas mãos apenas de um. Pesado demais para segurar sozinho. Mas sozinho, a pior das armas, das maldades, dos dessabores... Vem e arranca sua lógica e razão, o faz sentir tão só que a solidão vem junto lhe fazer companhia. Te faz questionar-se o todo tempo se perguntando porque...

É como dizem, não existe armadura que proteja o coração.

Meu coração, não sei por que...

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