Eu quero

"A bordo de sua vida me fiz passageiro eterno."

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Beatlemania!


Entender o porque do sucesso desta, que com certeza foi a maior banda que este planeta viu, assim como toda estrutura que paramenta os grandes espetáculos de Rock 'n' Roll hoje, e o porque da devoção interminável aos FabFour e aos que ainda continuam entre nós, que diga Sir Paul McCartney, se torna mais fácil nas linhas a seguir. Essa é a Beatlemania, que cravou no coração da América e na alma de todos o poder que a música tem!

Matéria em duas partes,
fonte: A Hard Day’s Night in América, de A. Rayl

O Desembarcar

É difícil acreditar, mas está se completando trinta e seis anos desde que os Beatles fizeram sua primeira excursão, costa a costa, pelos Estados Unidos. Em fevereiro de 1964 visitaram o país, participando do Ed Sullivan Show e se apresentando em dois teatros, com ingressos disputados a tapa. A imprensa declarava na época, com frases de efeito, que havia uma "invasão britânica" e concluía que os Beatles "conquistavam a América." Entre aquela chegada em fevereiro e a seguinte, em agosto, os Beatles não descansaram um minuto. Gravaram um disco e filmaram o longa-metragem "A Hard Day’s Night"; excursionaram pela Europa e Austrália e ainda acharam tempo para compor e iniciar as gravações de algumas músicas que acabariam no álbum "Beatles For Sale". No dia 18 de agosto, chegaram na costa da Califórnia com o cansaço estampados nos rostos.




Apesar de toda a confiança que o empresário Brian Epstein depositava na banda, havia nervosismo e incertezas em todos. Uma coisa é tocar em alguns poucos centros, como fizeram em Nova York e Washington D. C. em fevereiro, mas varrer o país como estavam por fazer, era outra história. Os Rolling Stones tentaram o feito em junho, em menor escala, e fracassaram terrivelmente. É bom lembrar que a esta altura dos acontecimentos, os Stones já eram dados como mais populares em Londres do que os Beatles. Na pergunta feita por George Harrison ao repórter do "Liverpool Echo", "A América tem de tudo, porque eles iriam nos querer?", pode-se perceber a incerteza na mente do grupo.



A proposta certamente era assustadora. Os quatro rapazes de Liverpool teriam que se apresentar em 26 casas, quase todas estádios ou arenas, fazendo 31 shows em 27 dias. Teriam direito a um total de sete dias de descanso, o que os obrigaria a tocar mais de uma vez por dia. Mas antes desta louca maratona musical iniciar, houve um show de negociações estrelado pelo grande artista invisível ao público, Brian Epstein. Foi o seu trabalho de conseguir que a Capitol passasse a dar uma maior atenção aos Beatles e divulgasse mais "I Want To Hold Your Hand", que detonou a onda que culminaria com a chegada dos Beatles no Ed Sullivan Show. Depois desta aventura americana realizada em fevereiro, os convites eram tantos que tomaram quase cinco meses de planejamento.



Se em 1964 o maior artista americano era possivelmente Bob Hope, que cobrava cerca de US$15,000 por show, a excursão dos Beatles exigia o mínimo de US$20,000, ou entre 40 a 80% da bilheteria. Nos Estados Unidos, naquele ano, a faixa etária de maior população beirava os 17 anos e os organizadores dos espetáculos sabiam que fariam dinheiro, não importasse as exigências. Difícil para alguns foi convencer os bancos a financiar o adiantamento necessário. Entre as ofertas, Epstein deu preferência às cidades onde haviam os maiores índices de vendagem de discos dos Beatles.



Uma de suas exigências na época causou espanto e irritação para muita gente. O valor teto de um ingresso teria que ser de US$5.50, assinalado em contrato. Brian objetivava garantir a presença da garotada e ao mesmo tempo não queria que uma excessiva exploração danificasse a boa imagem que o grupo conquistara. Era certo que os Beatles poderiam cobrar o dobro ou triplo deste valor nos ingressos melhores, mas Epstein, com o consentimento da banda, não permitiu. Na prática, muitas casas venderam ingressos a US$6.50, e na mão de cambistas no próprio dia dos shows havia ingressos sendo vendidos a US$15, US$25 e até US$35.



Outras exigências sem precedentes tratavam das medidas mínimas do palco em que eles iriam se apresentar, detalhes dos equipamentos que teriam que ser fornecidos e a garantia de um engenheiro de som de primeira linha para cada espetáculo. Também sob contrato, a garantia de no mínimo cem policiais uniformizados dentro do estádio ou arena durante o evento, para garantir a segurança de todos. Além disso, camarins exclusivos para os Beatles e demais artistas que se apresentariam antes deles, completos com quatro camas portáteis, espelho, geladeira de isopor, uma televisão portátil e várias toalhas limpas. Como explicaria Norman Weiss, braço direito na organização da excursão, diretamente abaixo de Epstein, "Sabíamos que uma vez dentro do local do evento, eles não poderiam se locomover livremente, tendo que se contentar em ficar presos dentro do camarim por várias horas. Todas as exigências vinham das necessidades e não de vaidade." Exclusivamente para os Beatles, haveriam duas limousines, com ar condicionado e chauffeur.



Foram contratadas, para abrirem os shows, as bandas The Righteous Brothers, Jackie Del Shannon, The Exciters e o Bill Black Combo, que abriria o set e depois serviria de banda de apoio para as demais atrações. Para viajar de um lado para o outro, foi utilizado pela primeira vez o expediente de um avião exclusivo. Foi alugado através da American Flyers, firma que mantinha contratos com o exército americano, um Lockheed Electra II com capacidade para noventa e dois passageiros, pela quantia de $75.000 dólares.



Foi também contratada uma firma exclusivamente para cuidar das acomodações de toda troupe nas diversas cidades que faziam parte da excursão. Se a segurança no local das apresentações estavam garantidas sob contrato, a segurança do aeroporto até o local do evento, e para os hotéis, era outro assunto a ser lidado com precaução e estudo. Foi então contratado Ed Leffler, homem que trabalhou para a inteligência do exército americano, para negociar e planejar a segurança com as diferentes polícias de cada cidade, em cada estado. Até o detalhe de ter ternos feitos exclusivamente para essa excursão, meia dúzia para cada Beatle, não foi esquecido.



As vendas de ingressos bateram todos os recordes na história do "music business". Para se ter uma idéia, depois de garantir que seria fisicamente impossível vender todos os ingressos do Hollywood Bowl em um dia, os ingressos se esgotaram em três horas. Nunca antes acontecera nada parecido com a Beatlemania. Quando a organização dentro do Hollywood Bowl tentara negociar um segundo show, já não havia mais datas e a oferta foi recusada.



Sobre esses Estados Unidos que os Beatles encontrariam; no dia 2 de julho de 1964 o presidente Lyndon Johnson assinaria o ato de direito civil que considerava ilegal a discriminação de trabalho baseado em cor, sexo ou religião. Por meio deste decreto, seria obrigatório o fim das divisões de locais exclusivamente para brancos ou negros. Não só em restaurantes e bares, mas em escolas como também nos transportes públicos. Levaria anos até que esta situação nova fosse realmente assimilada e, durante o verão daquele ano e o dos anos seguintes, haveria guerras estourando nos guetos, mantendo a questão racial longe de ser resolvida.



No dia 1º de Agosto, o filme "A Hard Day’s Night", estreava simultaneamente na Inglaterra e nos Estados Unidos. No dia 2 os jornais falavam de um destroyer americano sendo atacado por navios norte-vietnamitas. No dia 4, a retaliação americana vem com sessenta e quatros aviões realizando bombardeios no Vietnã do Norte e, no dia 7, o Congresso dava plenos poderes ao presidente para tomar ações militares em suporte aos aliados americanos no sul asiático. Dias depois começaram a vazar histórias de que foram os Estados Unidos que provocaram o ataque ao seu destroyer. Surgem acusações dizendo que o destroyer americano acompanhou navios sul-vietnamitas enquanto estes atacavam os navios norte-vietnamitas, a 10 milhas da costa do norte do Vietnã. Depois apareceriam dúvidas se o navio americano sequer fora atacado.



Estes eventos desencadearam desconfiança nas subsequentes informações oficiais dadas à nação pelo governo americano. Criou-se o clima propício para o início do maior movimento anti-guerra, politicamente orientado e executado pelo o que se passou a chamar inicialmente de "a geração jovem" e posteriormente de "hippies". Em Times Square, houve uma marcha de "jovens esquerdistas", conforme apregoado pela mídia, para demonstrar o descontentamento com a política externa empregada em relação ao Vietnã. No dia 16 de agosto, em San Francisco, Lowell Eggemeier, de 27 anos, em um ato de protesto, desafio e desobediência civil, entra no Palácio da Justiça e, de frente ao balcão de informações, encara o atendente e prontamente acende um "cigarro" de maconha, sendo preso em seguida. Seu ato serviu para mexer com a opinião do público jovem, e outros atos de desobediência cívica seriam a tônica da década. No dia 18 de agosto, os Beatles chegavam a San Francisco.



Os Beatles, com seus cabelos compridos, se tornaram, mesmo sem prever, um fator representativo entre os jovens. O cabelo comprido não é ainda uma moda mas é encarado como uma forma de protesto. Uma maneira de demonstrar descontentamento com o sistema imposto. Se em fevereiro tudo era uma "adorável jogada publicitária" para os olhos americanos, os adultos já estavam paranóicos e insatisfeitos com a ressonância carismática que os Beatles causavam a suas crianças. A igreja culpava o demônio e os direitistas culpavam os comunistas. Em suma, a América pegava fogo.



As rádios anunciavam desde o início da manhã, "Hoje é o Dia B", uma alusão ao Dia D e à invasão da Normandia, ponto da virada da Segunda Guerra Mundial. Aqui, o Dia B era de Beatles mesmo. Todas as estações entoavam músicas dos Fab Four e o aeroporto de Los Angeles foi repentinamente invadido por uma horda de jovens estimada em mil crianças, que faziam um barulho ensurdecedor após uma estação soltar no ar o local e horário de sua chegada. Depois de uma viagem de quinze horas no Boeing 707 da Pan Am, o quarteto teve uma hora para esticar as pernas, passar pela alfândega, conversar com os repórteres e estar de volta no avião rumo a San Francisco, onde estreariam no dia seguinte.



No San Francisco International Airport, uma aglomeração estimada em cinco mil pessoas fervia no calor e na histeria. Muitos chegaram com até vinte e oito horas de antecedência. A segurança do aeroporto, como também a polícia local, nunca vira nada parecido e todos estavam tensos com o medo de uma possível catástrofe. Haviam outras quatro mil pessoas aguardando em frente ao Hilton Hotel, onde eles iriam se hospedar. Quando a polícia conseguiu levar os quatro Beatles para dentro do hotel e eles já se encontravam seguros dentro do seus quartos, todos relaxaram. Anunciaram então para o povo que cercava o hotel que eles poderiam ir para suas casas pois os Beatles já estavam em seus quartos e não fariam nenhuma aparição pública. Pronto, o pandemônio se instalou, com a criançada não aceitando o fato de ter perdido a chance de ver seus ídolos. Muitos invadiram o hotel em direção aos elevadores.



Em Cow Palace, no dia seguinte, enquanto o Bill Black Combo e demais atrações tentavam se apresentar para um público em coro gritando "We want the Beatles" (Nós queremos os Beatles), os rapazes estavam backstage conversando com a imprensa. Foram apresentados a Joan Baez e, mais tarde, Shirley Temple e sua filha de sete anos, Lori. Bastou eles subirem ao palco para que tudo ficasse claro, tamanha a quantidade de flashes das câmeras fotográficas. Para cada rapaz presente, havia pelo menos dez meninas, em um público pagante total de 17.130 pessoas, a maioria jogando "jellybabys" - uma bala colorida equivalente à nossa jujuba, que certa vez na Inglaterra os Beatles caíram na asneira de dizer que gostavam. As balas batiam nos rapazes e doíam. Tocaram seu set e logo após eles descerem do palco, duas limousines pretas fugiam pela saída dos fundos. Muitas crianças seguiram atrás mas os Beatles estavam na verdade presos em seus camarins, só podendo sair uma hora depois, escondidos em uma ambulância.



O pandemônio continuou em todas as cidades em que passaram. Em Las Vegas tiveram a oportunidade de conhecer Liberace e Pat Boone. Realizaram duas apresentações, uma às quatro da tarde, outra às oito da noite. Antes do segundo show houve uma ameaça de bomba que exigiu uma vistoria completa antes de ser considerada sem fundamento, e o show realizou-se normalmente. Em Seattle, uma menina conseguiu escalar até o palco mas foi rapidamente impedida de chegar perto dos quatro e levada embora. Depois do show, muitas das meninas chegaram até o palco para catar pedaços de balas pisadas pelos Beatles e guardar como souvenir. A limousine partiu, porém desta vez o povo conseguiu pular na frente, obrigando o veículo a parar. Foi um desastre; o teto cedeu e as portas foram arrancadas. Se tivesse alguém dentro do carro, teria possivelmente morrido, mas novamente os Beatles estavam encurralados em seus camarins, aguardando as horas passarem para poder fugir dentro de uma ambulância. Em Vancouver, tiveram que interromper o show duas vezes para pedir calma ao público e várias meninas foram levadas para uma área externa para se recuperarem. Do lado de fora do estádio, milhares de pessoas sem ingressos davam trabalho. Uma menina de onze anos foi encontrada chorando no meio do pandemônio. Aparentemente ela havia fugido de casa para ver os Beatles, mas não tinha nem ingresso nem meios de voltar.



No dia 23 de agosto o Hollywood Bowl abriria suas portas para rock 'n' roll pela primeira vez. Às sete da manhã começavam as primeiras filas para entrar. Os portões acabaram sendo abertos às 17:20, porque o Bowl já estava cercado por milhares de pessoas. No backstage, são apresentados à atriz Lauren Bacall. O show correu normalmente e a saída dos Beatles foi a mais tranqüila até então. À noite, hospedados em uma mansão que pertencia ao ator inglês Reginald Owens, houve uma festa de comemoração onde todos que faziam parte da excursão foram convidados. Entre os que compareceram e pernoitaram estavam Peggy Lipton e Joan Baez. Foram convidados também, pela parte administrativa que cuidava de entretenimentos, as mais belas fãs dos Beatles acima de 21 anos em Los Angeles.



A Capitol solicitou uma gravação do show com a intenção de lançar um disco exclusivamente para o mercado americano. Depois, ao ouvir o material, o projeto foi abortado, pois a barulheira dos 18.700 pagantes registrados estava mais audível do que a música. Surgiriam versões piratas no mercado a partir de 1970, quando a primeira gravadora pirata, "Trade Mark of Quality", foi inaugurada. No Brasil, de alguma maneira misteriosa, Big Boy, o maior e mais importante DJ na nossa história, conseguiu lançar oficialmente o disco "And The Beatles Were Born", que incluía um lado com o show do Hollywood Bowl e, no outro lado, miscelâneas de artistas variados como o show do The Who no Rock And Roll Circus. A Capitol acabaria lançando em 1977 um disco chamado Hollywood Bowl mas que mesclaria as apresentações dos Beatles tanto em 1964 quanto em 1965.



No dia seguinte, o presidente da Capitol, Sr. Livingston, que com sua esposa, a atriz Nancy Olson, patrocinavam uma fundação em prol da assistência para crianças hemofílicas, solicitaram aos Beatles comparecer a um encontro de caridade. A idéia era que, por uma doação de apenas US$ 25, as crianças poderiam passar parte da tarde com os Beatles. Nenhum adulto teria acesso sem a presença de uma criança e os convidados foram escolhidos a dedo. Quando a polícia foi contactada para a segurança, entrou em pânico. Armou barricadas, cercou a casa onde o evento seria realizado e deixou um esquadrão de choque de sobreaviso, escondido entre os arbustos durante a duração da festa. Para levar os Beatles até o local, uma residência com um imenso jardim em uma região bucólica, nenhuma firma de transportes quis o serviço. Até mesmo a Brink’s recusou, temendo ter um de seus caminhões destruídos. Finalmente uma limousine fez o translado, sob garantias de que qualquer prejuízo em relação ao carro seria ressarcido. Estiveram presentes uma pequena elite da California, como Dean Martin e seus filhos; Lloyd Bridges e suas crianças, entre eles o hoje também ator Jeff Bridges; Princesa Jasmin Khan, a filha de Rita Hayworth; Gary Lewis, o filho de Jerry Lewis; Jack Palance e sua filha Holly, entre muitos outros. Os quatro Beatles conversaram por uma hora e foram embora para descansar. À noite, Paul, George, Ringo, Derek Taylor, Mal Evans, Neil Aspinal e Roy Gerber foram jantar e assistir um filme na casa de Burt Lancaster. John ficou em casa para terminar de compor uma canção.



Em Denver, Joan Baez, que tocaria lá na noite seguinte, chegou cedo para curtir a companhia dos rapazes, pernoitando novamente com o mesmo beatle. Em Cincinnati, eles foram apresentados a Elvis Presley pela primeira vez. Elvis se queixa que comprou um baixo novo e ficou com os dedos cheio de bolhas. Depois com a imprensa, as entrevistas eram tediosas, sempre com as mesmas perguntas, que nunca eram sobre o assunto que eles queriam conversar: música. P(ergunta): Qual é sua desculpa para ter cabelos compridos? Ringo: Deixamos ele crescer. John: Não precisamos de desculpa. Você é que precisa de uma desculpa. P(para Ringo): Porque você recebe mais cartas dos fãs do que os demais? Ringo: Eu não sei mas deduzo que seja porque eles escrevem mais para mim. P: O que aconteceria se os fãs conseguissem passar pelo cerco policial? Ringo: Morreria rindo. P: De onde surgiu a idéia do seu penteado? John: Já contamos tantas mentiras a respeito que esquecemos. Paul: Na verdade tivemos a idéia na Alemanha quando uma fotógrafa amiga usou o seu cabelo assim.



Durante as apresentações, o trabalho da polícia era basicamente salvar a vida das pessoas que tropeçavam. Sim, porque uma vez que os Beatles subiam ao palco, a reação imediata era o estouro da mulherada, todas em direção ao muro de proteção. Quem tropeçava, e sempre havia algumas tropeçando, corria risco de vida. Depois haviam as meninas que desmaiavam, ou do calor ou de emoção. Em Nova York, mal os quatro saíram da limousine para entrar no hotel, alguém roubou do pescoço de Ringo, sua medalha de São Cristóvão. Dentro do hotel, através de uma linha telefônica direta com a estação WABC, com o famoso DJ Cousin Brucie na outra linha, Ringo tristonho pedia que se devolvesse a medalha dada a ele por uma tia. Cousin Brucie sugeriu que a recompensa fosse um beijinho de agradecimento e com isso a notícia se espalhou como fogo em palha. Em menos de uma hora, a pequena Angie McGowan, apareceu com a medalha, para devolver. A estação a escondeu para manter o assunto no ar por mais algum tempo, prolongando o drama. Os rapazes se divertiam conversando com diversas estações de rádios, geralmente pedindo canções de outros artistas como Fats Domino, Little Richard e Chuck Berry.



O show seria realizado no Forest Hills Tennis Stadium e, para chegar lá, foram de helicóptero. Momentos antes, ao averiguar o estádio, Bob Bonis descobriu que fora armada uma tenda vazia para os Beatles, como camarim. "Isto não serve, deveríamos estar com o camarim dentro do clube", ele tentou negociar. "Não será possível, a administração teme que eles possam estragar o lugar. Além do mais, já está tarde, os Beatles já estão no helicóptero a caminho", responderam. Bonis imediatamente puxou alguma geringonça do bolso, esticou dela uma antena e falou "Isso não é problema, ou você libera um camarim mobiliado ou eu ligo agora mesmo e mando o helicóptero voltar." "Não, não, não, eu vou conversar com eles", foi a resposta. Bonis, disfarçando um sorriso, abaixou a antena e guardou de volta no bolso seu rádio AM portátil. Quando os Beatles aterrissaram, o camarim estava pronto e aguardando. Lá conheceram Benny Goodman. Este foi para muitos a melhor apresentação da banda de toda a excursão. O público máximo do recinto era de 17.000 lugares, todos tomados. A NYPD destacou 200 homens no local e nenhum incidente maior foi registrado.



De volta no hotel, Derek Taylor segurava jornalistas e algumas celebridades, como o trio Peter, Paul and Mary, enquanto os rapazes jantavam. Bob Dylan e Al Aronowitz, que voltava de sua residência em Woodstock, foram levados direto para a suíte dos rapazes. Lá, com os quatro Beatles estavam apenas os mais íntimos, Brian Epstein, Mal Evans e Neil Aspinal, todos de Liverpool. Feitas as apresentações, em meio às conversas iniciais os rapazes ofereceram suas pílulas, uma cortesia entre músicos que geralmente necessitam de anfetaminas para agüentar o pique exigido pela carreira. Dylan declinou e ofereceu em troca maconha para relaxarem.



É largamente divulgado hoje em dia que Bob Dylan apresentou maconha para os Beatles, mas isto é só parcialmente verdade. Os Beatles fumaram maconha certa vez em Hamburgo, lugar onde eles conheceram, pela primeira vez, muitas coisas. Mas não curtiram muito pois ficaram apenas rindo à toa, não levando a nada. Brian foi o primeiro a se pronunciar, "Os Beatles nunca fumaram maconha". Dylan, confuso, perguntou sobre a canção em que a letra diz "And when I touch you, I get high, I get high" (E quando eu lhe toco, fico alto, fico alto). "Mas a letra não é essa", retrucou Lennon. "A frase é ‘I can't hide’" (Não consigo esconder). Enganos a parte, Dylan ofereceu acender um, se o pessoal estivesse interessado. Pediu que as portas fossem trancadas, as luzes apagadas, enquanto incensos e velas foram acesos. Foi explicado como inalar a fumaça e, durante o decorrer da noite, Dylan fez desenhos com a brasa do incenso e os papos fluíram soltos. Se em Hamburgo a experiência não teve graça, desta vez eles realmente relaxaram e se divertiram. Maconha passou a fazer parte dos acessórios de recreação da banda.

Continua...

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Àqueles que tanto amo



Amar é viver desaprendendo. Cada passo tenho a certeza, carregou algum coração pensativo, deixando na areia uma pegada sem valor, leve e mal construída. Facilmente devorada pelo o vento, mas que foi o suficiente para me mostrar o caminho. Arquitetada sem grandes planos ou cálculos, ela chegou assim, ligeira, rasteira. Da mesma forma que foi lançada,como um raio, iluminou a grande escuridão e fulminou seja quem for que se levantou como um obstáculo contra ela. Sagaz e ardil, assim embebeu os corações no ardiloso esquema escarlate da face que se tornaria rubra diante ao outrem que idem essas idéias faz seu músculo encarcerado no peito bater no mesmo compasso. Orquestrado e metralhado pela sua batuta, o bandido vermelho deita-se no leito de luxúria e pede apenas silêncio, para que possa ouvi-lo terminar ao entrar e bater sem ritmo do outro coração. Consumiu páginas e folhas secas, no chão e nos livros. Devastou gênios e perpendiculou certezas nas hastes da história. Começou, viveu e aniquilou juventudes na glória de suas manhãs. Terminou poemas com palavras sem respaldo, singulares. Sem platéia, arrancava aplausos da solidão. Devorou as migalhas do caminho na esperança do outro, deixar perdido no vazio sem saídas. Um vagar eloqüente permeou na pele dos ariscos enamorados, surgiram pelos eriçados, olhares condescendentes, lábios mordiscados e almas desnorteadas, que tão logo se perguntavam o que faziam ali, em tão pouco espaço de um só corpo, quando dois tão próximos ofereciam um aconchegante lar, para duas almas deitar e ascender qualquer centelha antes esquecida, qualquer morada antes inóspita. Maças mordidas ilustram apenas uma faceta do seu andarilhar pelo mundo. Mais do que símbolos, objetos, imagens, deixou o gosto do mordaz centelhar da palpitação no peito e península da sua língua, engolindo seco, toda vez ao encaracolar dos cabelos em dedos tímidos bebeu o prazer, não servido em taça de prata ou cristal, mas no cálice da sua boca, recipiente da sua alma. Deitou-se nos trilhos, selvagem, e deixou o exalo de seu cheiro impregnar as outras criaturas com ele, que avassalador, não poupou nem as pedras, que nos poemas te cantam em torres e castelos. Sem armaduras, nem princesas, apenas dois corpos dispostos ao seu adornar de desejos, se enfeitavam e enroscavam na vereda da timidez, colorir das maças na face porcelanada, trazia apenas a verdade carregada nos olhos espelhados um nos outros. E o dizer de tal acontecimento, longe de ser ação, pois não sabia-se sobre seu começo ou fim. Rompeu em tambores nos ouvidos, não tão distante se identificava a fonte do seu rufar, era o coração. Lânguido de si, debatia-se na espera do outro, fazendo o peito doer e o olho afogar-se na salina expressão humana que cobriu a face da humanidade tantas vezes diante a sua chegada. Ao encarar um ao outro, só diziam. “Venha amor, e encha essas nuvens de céu, pois elas cobrem seu sorriso e vadiam minha paisagem de você durante os dias. Venha amor, e esvazie esse infinito de si mesmo, pois de tão grande cansou de si e de te perder junto às estrelas mais brilhantes dentro do seu eu. Venha a nós amor e habita nossas veias e carnes, à surdina dos nossos ossos, sustenta-nos com seu calor e nos esclareça todas as verdades engasgadas na espreita da sua ausência. Ensina-nos que as aves só voem porque um dia te perderam nas alturas e lá precisam procurar-te. Mostra-nos que o mar é tão vasto só porque a distância precisava existir para te exaltar. Engana-nos com o verão na lembrança e saudade incomensurável do frio hostil do inverno e de como nos lecionou sobre a importância do calor de dois corpos. Dispa-nos das nossas sabedorias e recorda-nos que a maior inteligência não é saber onde você está e sim se você está! Porém alçado além de todos, ama-nos como só você, essência de si mesmo, pode com tua chama aquecer sem queimar, lembrar sem esquecer e ver sem olhar, que se tu existes é porque nasceu de dois e da existência simultânea destes em algum lugar, algum momento, alguma nobreza. E da sua chegada veio o alvorecer, a felicidade e a razão. Que sem razão, a não ser seu existir, excita minha alma, minha vida com o lembrar da sua estadia junto aos meus dias.” Assim ventava o amor nas noites mais cegas e quentes ao aplaudir dos nossos corações. Alegre e nu, abraçou-nos e nos uniu na sua viciante eternidade!

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Respirando o sossego..



As palavras não mais podem ser perdidas. Pois quantas noites esperei para falar com aquele amigo ou quantos dias não contei até aquela festa chegar. Paz e guerra num mesmo jogo. Não há ganhadores. Mais palavras desperdiçadas. Não há ninguém em casa. Esse jogo cansativo é uma terrível tragédia. Procure um choro cheio de vergonha. Ninguém consegue parar de jogar, assim como a chuva não consegue parar de cair. E a gravidade nos segura para não secarmos essas lágrimas. A razão é apenas destino. Sentado esperando você acreditar nas minhas superstições. Você fala rápido demais e é a apenas a minha primeira vez. Quem é o tolo? Estou no chão, espere um minuto, respire um minuto. Ele sabe o que fizemos e as horas que contamos até aqui. Quem consegue ver essa chuva do outro lado? Vou te mostrar. É apenas chuva e você não precisa ir lá fora. É apenas chuva, molhando nossos ossos e afogando nossas almas. O telefone toca tão tarde e é tão fácil não atendê-lo. Apenas não preste atenção e podemos acordar bem tarde. Eu sempre disse, ela é uma boa garota. Não há segredos para você nas ruas. Nada te afeta. O vento é seu amigo. Apenas a milhas daqui, está àquela sombra e esse dia terminará sem que eu possa ver.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Exegese Da Carta De Gilberto Geraldo Garbi

Não diria a resposta, mas a análise veio rapidamente, e diria extremamente crítica, mas também não se deixem levar pelo desmerecimento sobre fato que esse outro autor aplica ao fazer sua análise. Mais uma certeza? O governo continua RUIM!





Exegese Da Carta De Gilberto Geraldo Garbi


Vamos fazer uma exegese do artigo da carta de Gilberto Geraldo Garbipara Lula. Vou selecionar excertos do texto do autor (em itálico e aspas) e as partes sem itálico e sem aspas são a minha análise sobre o que ele escreveu.
Gilberto Geraldo Garbi foi um dos alunos classificados a seu tempo como UM DOS MELHORES ALUNOS DE MATEMÁTICA que já haviam adentrado o ITA, entre outras honrarias que recebeu daquela instituição. Depois de graduado, desenvolveu carreira na TELEPAR, onde chegou a Diretor Técnico e Diretor Presidente, sendo depois Presidente da TELEBRAS”.
Minha intenção é mostrar as falácias contidas no artigo, que são muitas.
O chamamento para o texto já começa tentando impor um argumento de autoridade, ou seja, ao referir-se ao autor como UM DOS MELHORES ALUNOS DE MATEMÁTICA, oriundo do ITA, que sabemos ser uma instituição de ensino de primeira qualidade, fala de honrarias que ele recebeu e de cargos de relevância que ocupou. Tudo isso querendo demonstrar que não é “qualquer um” que está falando. Contudo, com todo esse impressionante currículo, a “autoridade” do autor é totalmente inválida. Pode ser que ele possua competência nas áreas de matemática e engenharia, mas isso de forma alguma o qualifica como autoridade para discorrer sobre os acertos e erros do presidente da república. Não estamos falando de um cientista político, de um sociólogo ou de um filósofo, que são especialistas na área e o que daria mais peso ao argumento de autoridade, trata-se de um engenheiro descontente com os rumos da nação e com o chefe do executivo federal que faz juízos de valor sobre a atuação de Lula e não uma análise de fatos.
Lembro-me de que quando Lula chegou aos 70% achei que ele jamais bateria Hitler, a quem, em seu auge, a cultíssima Alemanha chegara a conceder 82% de aprovação. 
Mas eu estava enganado: nosso operário-presidente já deixou para trás o psicopata de bigodinho e hoje só deve estar perdendo para Fidel Castro e para aquele tiranete caricato da Coréia do Norte, cujo nome jamais me interessei em guardar. Mas Lula tem uma vantagem sobre os dois ditadores: aqui as pesquisas refletem verdadeiramente o que o povo pensa, enquanto em Cuba e na Coeria(
sic) do Norte as pesquisas de opinião lembram o que se dizia dos plebiscitos portugueses durante a ditadura lusitana: SIM, Salazar fica; NÃO, Salazar não sai; brancos e nulos sendo contados a favor do governo...(Quem nunca ouviu falar em Salazar, por favor, pergunte a um parente com mais de 60)”.
Neste segundo excerto o autor faz analogia velada com quatro notórios ditadores. Hitler que chega a ser um sinônimo do mal, o barbudo comunista Fidel Castro e o “tiranete” da Coreia do Norte, Kim Jong-il, (tive o trabalho de pesquisar) e o ditador português Salazar, não tenho mais de 60, mas sei que Antonio de Oliveira Salazar foi quem comandou Portugal de 1933 a 1968, seguido por Marcello Caetano que estendeu a política Salazarista até 1974. O autor tenta relacionar a popularidade dos ditadores à de Lula deixando que o leitor faça a inferência de uma “ditadura Lulista”. Outra inferência que o autor insere em seu texto é a comparação com a “cultíssima Alemanha” numa clara alusão à falta de cultura do povo brasileiro. Por pior que seja o governo Lula, não é nada razoável compará-lo aos governos citados.
Portanto, a popularidade de Lula ainda "tem espaço" para crescer, para empregar essa expressão surrada e pedante, mas adorada pelos economistas. E faltam apenas cerca de 16% para que Lula possa, com suas habituais presunção e imodéstia, anunciar ao mundo que obteve a unanimidade dos brasileiros em torno de seu nome, superando até Jesus Cristo ou outras celebridades menores que jamais conseguiram livrar-se de alguma oposição”...
O autor refere-se à presunção e imodéstia, mas logo no excerto acima zombou daqueles que desconhecem quem foi Salazar, faz uma comparação oportunista com Jesus Cristo e quer nos fazer crer que Lula não possui oposição; em tempo, a oposição é até bastante expressiva, contudo não tem competência para desbancar o “operário-presidente”.
Como você não é muito chegado em Aritmética, exceto nos cálculos rudimentares dos percentuais sobre os orçamentos dos ministérios que você entrega aos partidos que constituem sua base de sustentação no Congresso, explico melhor: o Brasil tem 200.000.000 de habitantes, um dos quais sou eu. Represento, portanto, 1 em 200.000.000, ou seja, 0,0000005% enquanto os demais brasileiros totalizam os restantes 99,9999995%. Esses, talvez, você possa conquistar, em todo ou em parte. Mas meus humildes 0,0000005% você jamais terá porque não há força neste ou em outros mundos, nem todo o dinheiro com que você tem comprado votos e apoios nos aterros sanitários da política brasileira, não há, repito, força capaz de mudar minha convicção de quevocê foi o pior dentre todos os presidentes que tive a infelicidade de ver comandando o Brasil em meus 65 anos de vida”.
Agora o autor apela para a calúnia, que na sua acepção jurídica é crime previsto no Código Penal:
Calúnia
Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
Pergunta: O autor tem como provar que o presidente comprou votos? Comprar votos não é prática criminosa? Vejo aqui claramente um crime de calúnia.
E minha convicção fundamenta-se em um fato simples: desde minha adolescência, quando comecei a me dar conta das desgraças brasileiras e a identificar suas causas, convenci-me de que na raiz de tudo está a mentalidade dominante no Brasil, essa mentalidade dos que valorizam a esperteza e o sucesso a qualquer custo; dos que detestam o trabalho e o estudo; dos que buscam o acesso ao patrimônio público para proveito pessoal; dos que almejam os cabides de emprego, as sinecuras e os cargos fantasmas; dos que criam infindáveis dinastias nepotistas nos órgãos públicos; dos que desprezam a justiça desde que a injustiça lhes seja vantajosa; dos que só reclamam dos privilégios por não estar incluídos entre os privilegiados; dos que enriquecem através dos negócios sujos com o Estado; dos que vendem seus votos por uma camiseta, um sanduíche ou, como agora, uma bolsa família; dos que são de tal forma ignorantes e alienados que se deixam iludir pelas prostitutas da política e beijam-lhes as mãos por receber de volta algumas migalhas do muito que lhes vem sendo roubado desde as origens dos tempos; dos que são incapazes de discernir, comover-se e indignar-se diante de infâmias”.
Nesta parte, concordo com quase tudo o que autor escreveu; todavia discordo dele quando refere-se ao Bolsa Família. É claro que um engenheiro formado pelo ITA irá desdenhar da migalha que o governo dá aos descamisados. Certamente nunca faltou o que comer na mesa do doutor, e este provavelmente nunca passou por nenhum tipo de privação. Contudo, entendo o seu drama. É que a banda privilegiada deste país não consegue conceber que estão pagando impostos para que a política de distribuição de renda seja efetivada. Ninguém quer dar o seu quinhão assim de maneira fácil.
Antes e depois de mim, muitos outros brasileiros, incomparavelmente melhores e mais lúcidos, chegaram à mesma conclusão e, embora sejamos minoria, sinto-me feliz e honrado por estar ao lado de Rui Barbosa. Já ouviu falar nele? Como você nunca lê, eu quase iria sugerir-lhe que pedisse a algum de seus incontáveis assessores que lhe falasse alguma coisa sobre a Oração aos Moços... Mas, esqueça... Se você souber o que ele, em 1922, disse de políticos como você e dos que fazem parte de sua base de sustentação, terá azia até o final da vida”.
O autor faz referência à ignorância do presidente em mais um juízo de valor. Duvido que Lula não saiba quem foi Rui Barbosa.
Pense a maioria o que quiser, diga a maioria o que disser, não mudarei minha convicção de que este País só deixará de ser o que é - uma terra onde as riquezas produzidas pelo suor da parte honesta e trabalhadora é saqueada pelos parasitas do Estado e pelos ladrões privados eternamente impunes - quando a mentalidade da população e de seus representantes for profundamente mudada. Mudada pela educação, pela perseverança, pela punição aos maus, pela recompensa aos bons,pelo exemplo dos governantes. E você Lula, teve uma oportunidade única de dar início à mudança dessa mentalidade, embalado que estava com uma vitória popular que poderia fazer com que o Congresso se curvasse diante de sua autoridade moral, se você a tivesse.
Você teve a oportunidade de tornar-se nossa tão esperada âncora moral, esta sim, nunca antes vista nesse País. 
Mas não, você preferiu o caminho mais fácil e batido das práticas populistas e coronelistas de sempre, da compra de tudo e de todos.
Infelizmente para o Brasil, mas felizmente para os objetivos pessoais seus e de seu grupo, você estava certo: para que se esforçar, escorado apenas em princípios de decência, se muito mais rápido e eficiente é comprar o que for necessário, nessa terra onde quase tudo está à venda?”
Mais uma vez o autor, sem provas, calunia o presidente. Contraria assim sua nobre pretensão de falsa moral que quer passar com seu tedencioso artigo. Eu pergunto ao autor o que é moral? O que é decência?
Eu não o considero inteligente, no nobre sentido da palavra, porque uma pessoa verdadeiramente inteligente, depois de chegar aonde você chegou, partindo de onde você partiu, não chafurdaria nesse lamaçal em que você e sua malta alegremente surfam, nem se entregaria a seu permanente êxtase de vaidade e autoidolatria. Mas reconheço em você uma esperteza excepcional: nunca antes nesse País um presidente explorou tão bem, em proveito próprio e de seu bando, as piores qualidades da massa brasileira e de seus representantes. Esse é seu legado maior, e de longa duração: o de haver escancarado a lúgubre realidade de que o Brasil continua o mesmo que Darwin encontrou quando passou por essas plagas em 1832 e anotou em seu diário:"Aqui todos são subornáveis". Você destruiu as ilusões de quem achava que havíamos evoluído em nossa mentalidade e matou as esperanças dos que ainda acreditavam poder ver um Brasil decente antes de morrer”.
“Piores qualidades da massa brasileira”, “Aqui todos são subornáveis”. Será que o autor também se inclui no rol dos subornáveis? Ele não é brasileiro? O que o faz pensar que está fora da massa? E tem coragem de chamar Lula de vaidoso, que este idolatra a si mesmo? Quem está zombando dos brasileiros é o autor, pois exclui a si da “massa” e dos “subornáveis” e inclui todos os brasileiros.
Você não inventou a corrupção brasileira, mas fez dela um maquiavélico instrumento de poder, tornando-a generalizada e fazendo-a permear até os últimos níveis da Administração. O Brasil, sob você, vive um quadro que em medicina se chamaria de septicemia corruptiva. Peça ao Marco Aurélio para lhe explicar o que é isso. Você é o sonho de consumo da banda podre desse País, o exemplo que os funcionários corruptos do Brasil sempre esperaram para poder dar, sem temores, plena vazão a seus instintos”.
Agora o presidente é culpado por toda a corrupção no Brasil! Que apelação ridícula!
Você faz da mentira e da demagogia seu principal veículo de comunicação com a massa. 
A propósito, o que é que você sente, todos os dias, ao olhar-se no espelho e lembrar-se do que diz nos palanques?  Você sente orgulho em subestimar a inteligência da maioria e ver que vale a pena?” 
Quem quer subestimar a inteligência da maioria com esse artigo tosco é o autor. Ele deve pensar que é o dono da verdade.
Você mentiu quando disse haver recebido como herança maldita a política econômica de seu antecessor, a mesma política que você manteve integralmente e que fez a economia brasileira prosperar. Você mentiu ao dizer que não sabia do Mensalão
Mentiu quando disse que seu filho enriqueceu através do trabalho
Mentiu sobre os milhões que a Ong 13, de sua filha, recebeu sem prestar contas
Mentiu ao afastar Dirceu, Palocci, Gushiken e outros cumpanheros pegos em flagrante
Mente quando, para cada platéia, fala coisas diferentes, escolhidas sob medida para agradá-las
Mentiu, mente e mentirá em qualquer situação que lhe convenha”. 
Falar que alguém mentiu é muito fácil. É só conseguir algum meio de comunicação que se oponha a esse alguém e começar a metralhar: mentiu, mentiu, mentiu... Uma pequena pergunta ao autor do texto: Você têm provas de todas essas afirmações que faz?
Por falar em Ongs, você comprou a esquerda festiva, aquela que odeia o trabalho e vive do trabalho de outros, dando-lhe bilhões de reais através de Ongs que nada fazem, a não ser refestelar-se em dinheiro público, viajar, acampar, discursar contra os exploradores do povo e desperdiçar os recursos que tanta falta fazem aos hospitais”.
Idem parágrafo anterior.
Você não moveu uma palha, em seis anos de presidência, para modificar as leis odiosas que protegem criminosos de todos os tipos neste País sedento de Justiça e encharcado pelas lágrimas dos familiares de tantas vítimas. Jamais sua base no Congresso preocupou-se em fechar ao menos as mais gritantes brechas legais pelas quais os criminosos endinheirados conseguem sempre permanecer impunes, rindo-se de todos nós. Ao contrário, o Supremo, onde você tem grande influência, por haver indicado um bom número de Ministros, acaba de julgar que mesmo os condenados em segunda instância podem permanecer em liberdade, até que todas as apelações, recursos e embargos sejam julgados, o que, no Brasil, leva décadas”.
Leis odiosas? Que leis odiosas são estas? Bem disse no começo que a autoridade do autor é questionável. Para informação do autor, que se acha muito inteligente, a competência para legislar sobre direito penal é privativa do Congresso Nacional, ou seja, do Legislativo federal. Não há possibilidade do chefe do executivo criar, modificar ou revogar leis na seara criminal. Conforme Art. 22, I da Constituição Federal de 05 de outubro de 1988. Talvez fosse interessante ler a Carta Magna antes de sair falando tolices.
Isso significa, em poucas palavras, que os criminosos com dinheiro suficiente para pagar os famosos e caros criminalistas brasileiros podem dormir sossegados, porque jamais irão para a cadeia.
Estivesse o Supremo julgando algo que interessasse a seu grupo ou a suas inclinações ideológicas, certamente você teria se empenhado de corpo e alma”.
Chuva de achismos!
Aliás, Lula, você nunca teve ideais, apenas ambições. Você jamais foi inspirado por qualquer anseio de Justiça. Todas as suas ações, ao longo da vida, foram motivadas por rancores, invejas, sede pessoal de poder e irrefreável necessidade de ser adorado e ter seu ego adulado”.
Somente alguém com muita raiva ou inveja faria tantos ataques pessoais sem provas; veja o leitor; o que está sendo questionado pelo autor é a pessoa e não o cargo que ela ocupa. No mínimo é uma covardia.
Seu desprezo por aquilo que as pessoas honradas consideram Justiça manifesta-se o tempo todo: quando você celeremente despachou para Cuba alguns pobres desertores que aqui buscavam a liberdade; quando você deu asilo a assassinos terroristas da esquerda radical; quando você se aliou à escória do Congresso, aquela mesma contra quem você vociferava no passado; quando concedeu aumentos nababescos a categorias de funcionários públicos já regiamente pagos, às custas (sic) dos impostos arrancados do couro de quem trabalha arduamente e ganha pouco; quando você aumentou abusivamente as despesas de custeio, sabendo que pouquíssimo da arrecadação sobraria para os investimentos de que tanto carece a população; quando você despreza o mérito e privilegia o compadrio e o populismo; e vai por aí... Justiça, ora a Justiça ,é o que você pensa...”
Gostaria, sinceramente, de saber o que as pessoas honradas consideram Justiça. Também ficaria feliz se conhecesse quem são essas pessoas honradas, já que em parágrafos anteriores o autor chamou os brasileiros de “todos subornáveis”. Também seria oportuno que o autor explicasse o que vem a ser justiça já que até hoje, que eu saiba, ninguém conseguiu definir de forma satisfatória o que vem a ser justiça.
Você tem dividido a nação, jogando regiões contra regiões, classes contra classes e raças contra raças, para tirar proveito das desavenças que fomenta. 
Aliás, se você estivesse realmente interessado, como deveria, em dar aos pobres, negros e outros excluídos as mesmas oportunidades que têm os filhos dos ricos, teria se empenhado a fundo na melhoria da saúde e do ensino públicos. 
Mas você, no íntimo, despreza o ensino, a educação e a cultura, porque conseguiu tudo o que queria, mesmo sendo inculto e vulgar. Além disso, melhorar a educação toma um tempo enorme e dá muito trabalho, não é mesmo? 
E se há coisa que você e o Partido dos Trabalhadores definitivamente detestam é o trabalho: então, muito mais fácil é o atalho das cotas, mesmo que elas criem hostilidades entres as cores, que seus critérios sejam burlados o tempo todo e que filhos de negros milionários possam valer-se delas”. 
Mais crime. “inculto e vulgar” para mim é crime contra honra. No caso, como o ataque é à pessoa do presidente e não ao cargo que ele ocupa, o crime é de injúria.
Toda pessoa de classe média e alta é contra a implementação de políticas públicas de compensação (cotas). Em tempo, o DEM (Democratas) antigo PFL e ARENA, partido que era favorável ao regime militar, ajuizou Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental no STF pleiteando que os alunos beneficiados por cotas não fossem matriculados na UNB. (Universidade de Brasília). No entanto, o Procurador Geral da República já emitiu parecer desconsiderando o pedido do DEM e com parecer favorável às cotas. Os interesses dos pretensos “Democratas” não são os da maioria, mas de não repartir as vagas que os filhos dos ricos sempre ocuparam nas melhores universidades.
A Imprensa faz-lhe pouca oposição porque você a calou, manipulando as verbas publicitárias, pressionando-a economicamente e perseguindo jornalistas.  O que houve entre o BNDES e as redes de televisão? O que você mandou fazer a Arnaldo Jabor, a Boris Casoy, a Salete Lemos? 
Essa técnica de comprar ou perseguir é muito eficaz. Pablo Escobar usou-a com muito sucesso na Colômbia, quando dava a seus eventuais opositores as opções: "O plata, o plomo". Peça ao Marco Aurélio para traduzir. Ele fala bem o Espanhol”.
Em que mundo o autor está? A imprensa faz pouca oposição a Lula? Já vi a revista Veja publicar até foto do Lula com marca de solado de sapato no traseiro! E em 2005 quando estourou o escândalo do mensalão? Não fosse a alta popularidade do presidente certamente seria o segundo chefe de executivo a ser deposto depois de Collor. Até a esquerda faz oposição a Lula, houve rachas no PT, criação de novos partidos, como o PSOL, a mídia não parou de atacá-lo desde 2003 e o autor fala de pouca oposição? O autor deve estar lendo apenas os quadrinhos da Turma da Mônica.
Você pode desdenhar tudo aquilo que aqui foi dito, como desdenha a todos que não o bajulem. 
Afinal, se você não é o maior estadista do planeta, se seu governo não é maravilhoso, como explicar tamanha popularidade? É fácil: políticos, sindicatos, imprensa, ONGs, movimentos sociais, funcionários públicos, miseráveis, você comprou com dinheiro, bolsas, cotas, cargos e medidas demagógicas. Muita gente que trabalha, mas desconhece o que se passa nas entranhas de seu governo, satisfez-se com o pouco mais de dinheiro que passou a ganhar, em consequência do modesto crescimento econômico que foi plantado anteriormente, mas que caiu em seu colo”.
O autor certamente se lamenta por ter que pagar impostos, por ver que já não é mais tão rico com sempre foi e que uma massa amorfa de descamisados estão entrando no mundo do consumo. Essa gente pobre se satisfaz com pouco mesmo, suas pretensões são singelas, ao contrário das do autor que parece ter perdido milhões, tamanha é o rancor que guarda em seu coração. O autor desdenha que milhares saíram da miséria nesse governo. Mas isso não é algo importante, pelo menos para ele que deve ter sempre tido tudo na vida. Não é qualquer um que entra no ITA e tem uma carreira recheada de méritos como tem o sr Geraldo Garbi.
“Tudo, então, pode se resumir ao dinheiro e grande parte da população parece estar disposta a ignorar os princípios da honradez e da honestidade e a relevar as mentiras, a corrupção, os desperdícios, os abusos e as injustiças que marcam seu governo em troca do prato de lentilhas da melhoria econômica. É esse, em síntese, o triste retrato do Brasil de hoje... E, como se diz na França, l´argent n´est tout que dans les siècles où les hommes ne sont rien”. 
“Você não entendeu, não é mesmo? Então pergunte à Marta. Ela adora Paris e há um bom tempo estamos sustentando seu gigolô franco-argentino...” 


O autor termina o texto no melhor da arrogância burguesa, citando uma frase em francês e fofocando sobre a vida alheia. Não poderia ter baixado o nível de forma mais decadente.
Por fim, não sou petista nem lulista, todavia não vou bater palmas para qualquer um que saiba ofender outrem sem reais fundamentos. Não sou defensor do governo e nem quero ser, apenas gosto de apontar as incongruências e contradições dos pretensos formadores de opinião.
Eu quando quero um conselho, uma opinião, procuro nos clássicos, naqueles que fazem considerações atemporais sobre a vida, a política, a filosofia, a religião etc. Não dou ouvidos a qualquer tentativa de impacto divulgada à exaustão pela Internet, principalmente de alguém que tem em seu repertório mais ofensas pessoais e juízos de valor do que argumentos bem fundamentados e baseados em fatos.
Em suma, uma carta tosca, de mal gosto, altamente tendenciosa e vulgarmente escrita. Empolga somente a decadente classe média que sempre foi pobre de espírito e que hoje também está ficando cada dia menos abastada.

A CAMINHO DOS 99,9999995%

Se essa carta realmente provém da pessoa abaixo citada eu não posso afirmar, mas tenho apenas uma e indestrutível certeza, ela contem muitas verdades, muitas sem provas concretas. Mas desde quanto a verdade precisou provar-se verdadeira enquanto a mentira constante já faz seu papel omitindo-a. Mas não se deixem levar pela empolgação burguesa e pelo descurso mastigado. O governo tem todos os seus podres e teremos muito mais se o nosso dissernimento não for o suficiente para distinguir um discurso inflamado de uma crítica pessoal. Logo público a carta comentada!



Carta de Gilberto Geraldo Garbi para Lula.


Gilberto Geraldo Garbi foi um dos alunos classificados a seu tempo como UM DOS MELHORES ALUNOS DE MATEMÁTICA que já haviam adentrado o ITA.
Depois de graduado, desenvolveu carreira na TELEPAR, onde chegou a Diretor Técnico e Diretor Presidente, sendo depois Presidente da TELEBRAS.

Há poucos dias, a imprensa anunciou amplamente que, segundo as últimas pesquisas de opinião, Lula bateu de novo seus recordes anteriores de popularidade e chegou a 84% de avaliação positiva. É, realmente, algo "nunca antes visto nesse país" e eu fiquei me perguntando o que poderemos esperar das próximas consultas populares.

Lembro-me de que quando Lula chegou aos 70% achei que ele jamais bateria Hitler, a quem, em seu auge, a cultíssima Alemanha chegara a conceder 82% de aprovação.
Mas eu estava enganado: nosso operário-presidente já deixou para trás o psicopata de bigodinho e hoje só deve estar perdendo para Fidel Castro e para aquele tiranete caricato da Coreia do Norte, cujo nome jamais me interessei em guardar. Mas Lula tem uma vantagem sobre os dois ditadores: aqui as pesquisas refletem verdadeiramente o que o povo pensa, enquanto em Cuba e na Coreia do Norte as pesquisas de opinião lembram o que se dizia dos plebiscitos portugueses durante a ditadura lusitana: SIM, Salazar fica; NÃO, Salazar não sai; brancos e nulos sendo contados a favor do governo.

Portanto, a popularidade de Lula ainda "tem espaço" para crescer, para empregar essa expressão surrada e pedante, mas adorada pelos economistas. E faltam apenas cerca de 16% para que Lula possa, com suas habituais presunção e imodéstia, anunciar ao mundo que obteve a unanimidade dos brasileiros em torno de seu nome, superando até Jesus Cristo ou outras celebridades menores que jamais conseguiram livrar-se de alguma oposição...

Sim, faltam apenas 16% mas eu tenho uma péssima notícia a dar a seu hipertrofiado ego: pode tirar o cavalinho da chuva, cumpanhero, porque de 99,9999995% você não passa.

Como você não é muito chegado em Aritmética, explico melhor: o Brasil tem 200.000.000 de habitantes, um dos quais sou eu. Represento, portanto, 1 em 200.000.000, ou seja, 0,0000005% enquanto os demais brasileiros totalizam os restantes 99,9999995%. Esses, talvez, você possa conquistar, em todo ou em parte. Mas meus humildes 0,0000005% você jamais terá porque não há força neste ou em outros mundos, nem todo o dinheiro com que você tem comprado votos e apoios nos aterros sanitários da política brasileira, não há, repito, força capaz de mudar minha convicção de que você foi o pior dentre todos os presidentes que tive a infelicidade de ver comandando o Brasil em meus 65 anos de vida.

E minha convicção fundamenta-se em um fato simples: desde minha adolescência, quando comecei a me dar conta das desgraças brasileiras e a identificar suas causas, convenci-me de que na raiz de tudo está a mentalidade dominante no Brasil, essa mentalidade...

dos que valorizam a esperteza e o sucesso a qualquer custo;

dos que detestam o trabalho e o estudo;

dos que buscam o acesso ao patrimônio público para proveito pessoal;

dos que almejam os cabides de emprego e os cargos fantasmas;

dos que criam infindáveis dinastias nepotistas nos órgãos públicos;

dos que desprezam a justiça desde que a injustiça lhes seja vantajosa;

dos que só reclamam dos privilégios por não estar incluídos entre os privilegiados;

dos que enriquecem através dos negócios sujos com o Estado;

dos que vendem seus votos por uma camiseta, um sanduíche ou, como agora, uma bolsa família;


dos que são incapazes de discernir, comover-se e indignar-se diante de infâmias.


Pense a maioria o que quiser, diga a maioria o que disser, não mudarei minha convicção de que este País só deixará de ser o que é - uma terra onde as riquezas produzidas pelo suor da parte honesta e trabalhadora é saqueada pelos parasitas do Estado e pelos ladrões privados eternamente impunes - quando a mentalidade da população e de seus representantes for profundamente mudada.
Mudada pela educação, pela perseverança, pela punição aos maus, pela recompensa aos bons, pelo exemplo dos governantes.
E você Lula, teve uma oportunidade única de dar início à mudança dessa mentalidade.
Você teve a oportunidade de tornar-se nossa tão esperada âncora moral, esta sim, nunca antes vista nesse País.
Mas não, você preferiu o caminho mais fácil e batido das práticas populistas e coronelistas de sempre, da compra de tudo e de todos.
Infelizmente para o Brasil você estava certo: para que se esforçar, escorado apenas em princípios de decência, se muito mais rápido e eficiente é comprar o que for necessário, nessa terra onde quase tudo está à venda?

Eu não o considero inteligente, no nobre sentido da palavra, porque uma pessoa verdadeiramente inteligente, depois de chegar aonde você chegou, partindo de onde você partiu, não chafurdaria nesse lamaçal em que você e sua malta alegremente surfam. Mas reconheço em você uma esperteza excepcional: nunca antes nesse País um presidente explorou tão bem, em proveito próprio e de seu bando, as piores qualidades da massa brasileira e de seus representantes.
Esse é seu legado maior: o de haver escancarado a lúgubre realidade de que o Brasil continua o mesmo que Darwin encontrou quando passou por essas plagas em 1832 e anotou em seu diário: "Aqui todos são subornáveis".
Você destruiu as ilusões de quem achava que havíamos evoluído em nossa mentalidade e matou as esperanças dos que ainda acreditavam poder ver um Brasil decente antes de morrer.

Você não inventou a corrupção brasileira, mas fez dela um maquiavélico instrumento de poder.


Você é o sonho de consumo da banda podre desse País, o exemplo que os funcionários corruptos do Brasil sempre esperaram para poder dar, sem temores, plena vazão a seus instintos.

Você faz da mentira e da demagogia seu principal veículo de comunicação com a massa.
A propósito, o que é que você sente, todos os dias, ao olhar-se no espelho e lembrar-se do que diz nos palanques?
Você sente orgulho em subestimar a inteligência da maioria e ver que vale a pena?

Você mentiu quando disse haver recebido como herança maldita a política econômica de seu antecessor.
Você mentiu ao dizer que não sabia do Mensalão
Mentiu quando disse que seu filho enriqueceu através do trabalho
Mentiu sobre os milhões que a Ong 13, de sua filha, recebeu sem prestar contas
Mentiu ao afastar Dirceu, Palocci, Gushiken e outros cumpanheros pegos em flagrante
Mente quando, para cada platéia, fala coisas diferentes, escolhidas sob medida para agradá-las
Mentiu, mente e mentirá em qualquer situação que lhe convenha.

Você não moveu uma palha, em seis anos de presidência, para modificar as leis odiosas que protegem criminosos de todos os tipos neste País sedento de Justiça e encharcado pelas lágrimas dos familiares de tantas vítimas.
Jamais sua base no Congresso preocupou-se em fechar ao menos as mais gritantes brechas legais pelas quais os criminosos endinheirados conseguem sempre permanecer impunes, rindo-se de todos nós.
Ao contrário, o Supremo, onde você tem grande influência, por haver indicado um bom número de Ministros, acaba de julgar que mesmo os condenados em segunda instância podem permanecer em liberdade, até que todas as apelações, recursos e embargos sejam julgados, o que, no Brasil, leva décadas.
Isso significa, em poucas palavras, que os criminosos com dinheiro suficiente para pagar os famosos e caros criminalistas brasileiros podem dormir sossegados, porque jamais irão para a cadeia.
Estivesse o Supremo julgando algo que interessasse a seu grupo ou a suas inclinações ideológicas, certamente você teria se empenhado de corpo e alma.
Aliás, Lula, você nunca teve ideais, apenas ambições.
Você jamais foi inspirado por qualquer anseio de Justiça. Todas as suas ações, ao longo da vida, foram motivadas por rancores, invejas, sede pessoal de poder e irrefreável necessidade de ser adorado e ter seu ego adulado.

Você tem dividido a nação, jogando regiões contra regiões, classes contra classes e raças contra raças, para tirar proveito das desavenças que fomenta.
Aliás, se você estivesse realmente interessado, em dar aos pobres, negros e outros excluídos as mesmas oportunidades que têm os filhos dos ricos, teria se empenhado a fundo na melhoria da saúde e do ensino públicos.
Mas você, no íntimo, despreza o ensino, a educação e a cultura, porque conseguiu tudo o que queria, mesmo sendo inculto e vulgar. Além disso, melhorar a educação toma um tempo enorme e dá muito trabalho, não é mesmo?

A Imprensa faz-lhe pouca oposição porque você a calou, manipulando as verbas publicitárias, pressionando-a economicamente e perseguindo jornalistas.

Você pode desdenhar tudo aquilo que aqui foi dito, como desdenha a todos que não o bajulem.
Afinal, se você não é o maior estadista do planeta, se seu governo não é maravilhoso, como explicar tamanha popularidade?
É fácil: políticos, sindicatos, imprensa, ONGs, movimentos sociais, funcionários públicos, miseráveis, você comprou com dinheiro, bolsas, cotas, cargos e medidas demagógicas.
Muita gente que trabalha, mas desconhece o que se passa nas entranhas de seu governo, satisfez-se com o pouco mais de dinheiro que passou a ganhar, em consequência do modesto crescimento econômico que foi plantado anteriormente.

É esse, em síntese, o triste retrato do Brasil de hoje... E, como se diz na França, "l´argent n´est tout que dans les siècles où les hommes ne sont rien". Você não entendeu, não é mesmo? Então pergunte à Marta. Ela adora Paris e há um bom tempo estamos sustentando seu gigolô franco-argentino…

GILBERTO GERALDO GARB

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Como se diz eu te amo





Abrindo o email às vezes nos deparamos com tudo, com muitas coisas inusitadas, com muitas coisas comuns, e com o mais do mesmo. Porém às vezes nos deparamos com coisas tocantes e não nos damos conta, mas essa semana abri um pouco mais os olhos e deixei, lá no fundo, ao invés deles, meu coração ler a correspondência. O que encontrei foram sentimentos sinceros e latentes querendo me dizer muito mais do que as palavras ali poderiam contar.
Uma música e uma gravura, separadas demonstraram várias cores do mesmo sentimento. Uma gravura e uma música juntas, não sei se ela pensou assim, me mostraram o quão forte é sentir toda emoção percorrer o seu corpo e se expor ao mundo através dos seus olhos. Por um instante poder ver o que é tão rápido e ligeiro se ajoelhar se dobrar diante a força de uma lágrima, é mágico e gratificante. Provavelmente assim não pensou o leão, que às vezes sem rumo encontra o caminho para alguns corações ou coração.
O que também não sabe ela é como deixo meu olho se colorir feliz pelos seus desenhos e poesias, como adoro entender que um pescoço pode terminar em alfinetes ou penas e mesmo assim haver um sorriso no rosto da gravura. O que mais gosto de saborear é o gosto que ela sente na boca ao gargalhar sem nunca ter tocado seus lábios. Ela é assim, sua risada é contagiante e seu coração é das garotas. Poderosa são suas palavras nas redes de comunicação por aí, se espalham sem limites para muitos e poucos se encabular, sorrir ou pensar com elas. Porém as que mais gosto são as que estão no seu caderninho de rascunhos, onde ninguém vê, nem mesmo eu. Essas guardam um poder que as outras, públicas, não tem. Guardam provavelmente sentimentos vividos em momentos sóbrios ou inebriantes, que uma vez palavras, encantam os olhos e inundam os ouvidos de quem ela ama e entrega às vezes seu coração. Pode ser ela mesma ou as garotas. Quem quer que seja, sortudas essas garotas. Essas palavras secretas guardam um eu te amo suspirado, meio gemido, quase inaudível. Nem sempre ouve quem quer, ouve apenas quem escuta o coração dela, descompassado como de qualquer ser apaixonado, mas possui um ritmo digno de uma canção de amor.
Mas naquele mesmo email conter uma gravura de Van Gogh e uma música de Chico Buarque, está muito além do bom gosto ou da mesmice intelectual. Pode estar talvez, no significado destas, uma coincidência bem vinda, onde a música canta e promete não se deixar envergonhar pela ditadura dos outros e a gravura retrata o cotidiano em águas passadas em baixo de uma ponte numa Londres longínqua. Por essas ela consegue traçar um pouquinho da sua existência no mundo, das suas crenças e devaneios, mas muito mas do que isso, ela mostrou o quão fácil é se esforçar pra dizer a alguém que o ama sem dizer eu te amo.
Basta um piscar, um olhar contínuo, um aceno meio tímido, uma música dedicada, emprestada, um dividir de almoço, nome chamado em canto, “Viiinii”. Basta tão pouco, e tudo isso no desenrolar dos dias, das conversas, das risadas, das lágrimas. Sempre, sem nem perceber o “eu te amo”, quase uma terceira pessoa, deixa de pedir atenção e simplesmente existe na presença dela, ou talvez, muito mais na sua ausência. Quero eu continuar assim, todos os dias pentear os cabelos do leãozinho com os olhos e com elogios, flexionar sua boca em sorrisos apenas com historinhas do cotidiano, de como as pessoas são loucas e nós amamos isso. Quero também salientar o brilho dos seus olhos, sempre que ela dizer Dani, e eu rebater: ela “está pensando em você”. Ou mesmo ela dizendo que se dane, e eu dizer: ela ainda “está pensando em você”. Quero apenas isso, um eu te amo sem compromisso da sua existência, apenas feliz em comparecer todo dia no meu coração e brincar com as minhas emoções. E ela sabe disso, pois nunca deixou de me ver como brinquedos espalhados pela enorme sala da sua alma e bagunçar todos, todos os dias, em todas as oportunidades. O amor é assim mesmo? Pelo o menos de alguém, eu tenho certeza que sim.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Angra: A história do Templo das Sombras




Matéria por Jairo Cezar,
Comentários anexos por Vinícius Aguiar,

 A jornada desse Cavaleiro, está muito além do momento histórico e de seu significado atemporal na nossa cultura e nas religiões dos dias de hoje. Contada pelo Angra, para os admiradores da vertente, está impregnada nos ouvidos e na alma. A história debulhada através de acordes, arranjos, solos e linhas vocais maravilhosas insiste em nao sair jamais das mentes e corações que foram alcançados pelo poder desta obra. Temple of Shadows, na linha powermetal mundo a fora, é um masterpiece absoluto. Cultuado não só aqui no Brasil, seu virtuosismo é reconhecido em qualquer meio onde o metal é bem vindo. Mas muito além da técnica está a emoção latente deste petardo, que permeia pela nossa pele e nos deixa arrepiados com seus coros e agressividade, assim com por sua suavidade e beleza ao tratar da morte iminente no tempo das cruzadas. Ouvi-lo é um exercício, é nossa própria cruzada ao atravessar seus mais de 60 minutos e não se sentir feliz por tê-lo ouvido antes do último anoitecer em nossas vidas. É épico, sensorial e atordoante. Deixe-se conduzir pelo Cavaleiro das Sombras na jornada mais alucinante que o metal não revivia a muitos anos. Contemplem o Glorioso, pois Deus Quer Assim!!



No ano de 2004, a banda ANGRA lançou um dos álbuns mais épicos da história do metal melódico (ou power metal). "Temple Of Shadows" conta a história de um cavaleiro que viveu no fim do século XI. Esse cavaleiro viveu um grande dilema sobre a Guerra Santa e a Igreja e durante a história tenta decifrar esses dilemas. Veja:
Esta história descreve, em poucas palavras, a saga de um Cavaleiro das cruzadas conhecido como O Caçador da Sombra, que se une ao exército do Papa no fim do século XI. Durante sua saga, sua mente é muitas vezes desorientada pelo antagonismo da Guerra Santa e afligida por visões que conflitam com sua devoção à Igreja.
O início do segundo milênio teve muito em comum com os nossos tempos. O mundo estava mudando rapidamente. A soberania do Império Romano estava sucumbindo ao poder crescente dos conquistadores Muçulmanos, Judeus, Cristãos e Pagãos. Como os domínios Romanos estavam desmoronando, guerras locais eram freqüentes e o domínio dos territórios mudou em quase todas as décadas. Por diferentes razões, estas rebeliões queriam governar Jerusalém (também chamada Terra Santa pelas três principais religiões e por um importante centro comercial). As cidades na Europa e na Ásia Menor se tornaram muito populosas. Trabalhos eram difíceis de encontrar e o povo se tornou desempregado e inativo. Aquele cenário facilitou muito para o Papa Urbano II criar um exército de Cruzados Europeus para conquistar a terra onde Jesus foi uma vez crucificado. Perdidos e confusos, devido aos tempos turbulentos, eles eram facilmente levados pelos ideais de salvação propostos pela Igreja.
No entanto, um grande número de soldados ignorantes e fanáticos saiu do controle, em total anarquia aplicavam métodos brutais e impiedosos de devastação. O instinto atávico do povo recentemente cristianizado trouxe o ódio e o medo de viver naquele período. Após mil anos, a religião de Cristo se tornou um paradoxo, matando e torturando homens para impor os ideais de fraternidade. Isto foi absorvido, mesclado e adaptado à cultura e interesses imperiais Romanos.
E da multidão um grito é ouvido... Deus Quer Assim! (Deus Le Volt!).
O cruzado encontra um Rabino Judeu, um velho e cego oráculo com olhares amedrontadores que reconhece que o viajante foi escolhido por Deus para trazer luz aos olhos de quem não pode ver. Ele entrega ao cruzado um livro de páginas em branco gritando avidamente, "Espalhe seu Fogo! (Spread Your Fire) Queime os templos!" A voz do oráculo ressoou em seus ouvidos, lunática e sem sentido por anos.
“Acordou para a vida há pouco tempo
Você pensa que sua mente está sob controle?
Deus a pegará de volta algum dia
Não é tão difícil de entender
Dizem que o mundo tem o bem e o mal
O Pai Universo traz o Amor e o Ódio
Glorioso - Você liderará o caminho
Para livrar o mundo dessas correntes
Glorioso - Sua história começa agora, Oh!
Fogo!
Liberte o anjo da Luz
Agradeça-o por nos trazer à vida
Lúcifer é só um nome!
Somos os únicos a culpar
Simplesmente olhe em volta, não sou louco!
Satã é um filho de nosso Deus
Glorioso - Não tenha medo
De liderar o caminho com tua espada
Glorioso - Você é o escolhido. Vá!
Espalhe seu fogo
Sagrado altar, sagrado sacrifício
Espalhe seu fogo
Da glória do sofrimento
Espalhe seu fogo
Pelo qual a vida traz a morte
Espalhe seu fogo
E pela morte retorne a vida
Glorioso - Não tenha medo
De liderar o caminho com tua espada
Glorioso - Você é o escolhido. Vá!
Sagrado altar, sagrado sacrifício
Espalhe seu fogo
Da glória do sofrimento
Espalhe seu fogo
Pelo qual a vida traz a morte
Espalhe seu fogo
E pela morte retorne a vida”
Rumores chegam aos ouvidos dos cardeais e do Papa. "Um cavaleiro da ordem do templo enlouqueceu e clama ser o novo Jesus! Muitos dos camponeses dos vilarejos parecem estar seguindo o homem". Por ameaçar a hegemonia católica ele é perseguido, capturado, torturado, mantido na prisão, julgado e condenado à morte. Na frente dos cardeais, o réu modestamente explica como os Anjos e Demônios (Angels And Demons) se disfarçam entre si, então ele pronuncia sua famosa Teoria da Luz, baseada no perdão de Satã, a ausência de Deus, o Amor Ateu e a Gnose. "Nenhuma verdade absoluta pode existir numa mente consciente, porque cada pensamento é submetido a um julgamento individual e arbitrário."
Sonhos - sensações que você prova
São tiradas da natureza
Você acha que essas emoções são reais
Em sua mente
Lute contra o reino do medo
Cedo ou tarde eles vão tentar te convencer
Que você está errado
Mas eu estou certo...
Somos somente
Anjos rastejantes e Demônios disfarçados
A verdade você não sabe, então tente estar certo
Quando seus Anjos e Demônios surgirem
Encare a verdade: Deus não é amor!
Sinta-se fluido como a vida
O amor é um arco-íris
Tanto quanto parece ser real
Está tudo em sua mente
Cedo ou tarde vou convencer que
A verdade é uma mentira
Não há julgamento quando morremos
Só poeira
Somos somente
Anjos rastejantes e Demônios disfarçados
A verdade você não sabe, então tente estar certo
Quando seus Anjos e Demônios surgirem
Mas ainda não estamos certos que caminho seguir
Quando os Anjos e Demônios se disfarçam
Confundindo nossos cérebros com suas mentiras
Atiçando emoções
Revoltando devoções
Os Anjos e Demônios estão me contando mentiras
O homem se apaixona pela jovem Muçulmana, e se encontra dividido entre a ternura e o conforto de uma vida modesta e sua fome por sabedoria... Ele está escrevendo seu sonho e suas revelações no livro vazio dado pelo oráculo Judeu enquanto seus dois filhos crescem. Quatro anos se passam e sua felicidade parece ser uma dádiva de Deus, ondulando profundamente em seu coração. Nenhum outro sentimento poderia ser maior do que abraçar e proteger seus amados. Ainda assim, ele não está completo. Deveria ele compartilhar seus conhecimentos e revelações? As pessoas se importariam? Assim, enquanto os grandes sentidos da vida estão se desdobrando frente a seus olhos, o Caçador da Sombra é atormentado por uma ansiedade extrema... A ânsia de gritar lembra os momentos prévios ao ataque das tropas. Um inquietante Silêncio de Espera (Waiting Silence) plaina segundos antes dos gritos desesperados.
Preso no tempo e espaço
Como um pássaro na gaiola
Cruelmente confinado
Num estado de preocupações passageiras
Você de repente percebe
Que o errado é o certo
Desafiando as leis
Pronto para iniciar uma luta
Mas..
O amor arrastará seu coração
Para um mundo onde os sonhos são feitos
Não é possível esconder
Quando sua mente sem ajuda obedece
Juntos nós esperamos em silêncio
(Silenciosos são os prantos)
Para sempre o destino está faminto
Por sua alma
Juntos nós esperamos em silêncio
(Silenciosos são os prantos)
Valorize seu momento até que você se vá
Todos os segredos da vida se revelam
Aos meus olhos, eu não posso disfarçar
E novamente eu vôo
Para um mundo onde os sonhos são feitos
Juntos nós esperamos em silêncio
(Silenciosos são os prantos)
Para sempre o destino está faminto
Por sua alma
Juntos nós esperamos em silêncio
(Silenciosos são os prantos)
Valorize seu momento até que você se vá
A vida é muito curta para se lamentar em sofrimento
(Silenciosos são os prantos)
O destino espera por sua alma
(Segredos interiores)
Viva sua vida como se não houvesse amanhã
(Silenciosos são os prantos)
Valorize seu momento até que você se vá
O destino terá sua alma!
O Rabino louco continua aparecendo em seus sonhos. "Não faz diferença se você jogar suas moedas na Fonte dos Desejos (Wishing Well), ou fizer suas preces dentro de uma maravilhosa igreja cheia de ouro. Tudo o que importa é a fé dentro de você. Se há um Deus, Ele não tem lar, Ele está em todo lugar!"
Feche os olhos, o que você vê?
Leva um tempo para acreditar
Sinta o vento beijando seu queixo
Segure os prantos, faça seu desejo
Sonhe alto, respire...
Por que você demorou tanto a entender?
A ovelha negra do rebanho logo será banida
Não perca a esperança, deseje alto
(Jornada para o solo sagrado da Terra dos Sonhos)
Para a satisfação de um coração serei livre de novo
(Visões contando segredos na Terra dos Sonhos)
E minha sorte acaba
Na Fonte dos Desejos
Feche os olhos, o que você vê?
Segure os prantos, fique em silêncio
Onde estou? Por que estou aqui?
Razões, onde
Razões, por quê
(Jornada para o solo sagrado da Terra dos Sonhos)
Para a satisfação de um coração serei livre de novo
(Visões contando segredos na Terra dos Sonhos)
E minha sorte acaba
Na Fonte dos Desejos
Oh! Quem sabe a verdade nesse mundo?
(Jornada para o solo sagrado da Terra dos Sonhos)
Para a satisfação de um coração serei livre de novo
(Visões contando segredos na Terra dos Sonhos)
E minha sorte acaba
Na Fonte dos Desejos
Feche os olhos
O que você vê?
Faça seus sonhos
Se tornarem reais novamente
Onde estou? Por que estou aqui?
Sonhar é acreditar
Na sua Fonte dos Desejos
Julho de 1099, Jerusalém é violentamente invadida pelo exército da Santa Igreja Romana, que ferozmente aniquilou cada habitante. A pobre esposa e os dois filhos do homem estavam entre os mortos; cruelmente assassinados pelos insanos soldados Cristãos. "Toda a população da Cidade Santa foi colocada à espada, Judeus e Muçulmanos, 70.000 homens, mulheres e crianças sucumbiram num holocausto que ocorreu por três dias. Nos lugares, homens molhados em sangue até os tornozelos e cavaleiros eram manchados por ele enquanto andavam a cavalo pelas ruas. Em prantos, os devotos conquistadores foram de pés descalços rezarem no Santo Sepulcro antes de voltar ansiosamente ao massacre."
- Desmond Sweard, Os Monges da Guerra.
O Reino de Jerusalém foi fundado sob os fanáticos, intolerantes e ignorantes ideais do Templo do Ódio (The Temple Of Hate), contra a vontade daqueles que viviam na Terra Santa antes de sua invasão.
Nações batalham no campo pela terra
Implacáveis - roubando territórios de nossas mãos
Raiva jogando as vítimas no chão
Soldados mais jovens a sangue frio
Chorando sem fazer barulho
Revolução atacando agora!
Tolos cegos lutando pelo poder para comandar
Mastros de bandeiras ameaçando a liberdade
De nossos homens
Inocência morrendo pela fúria da espada
Pobres homens caindo
Antes de dizer suas últimas palavras
Apocalipse, código XI
Golpeia sobre nós
Sons de revolução
Liberdade é proclamada
Sinos anunciando mudanças pra melhor
No templo do ódio
O Templo do Ódio!
Satã espera!
Revolução, nós temos aguardado
Queimando nossas almas
Sons de revolução
Liberdade é proclamada
Sinos anunciando mudanças pra melhor
No templo do ódio
Satã espera!
No Templo do Ódio!
Numa taverna-bordel, uma prostituta cigana vê nos olhos dele que ele é o escolhido e lê cartas ao invés de dar-lhe prazer carnal. "As palavras do velho homem não terão sentido algum até que você encontre a estrela da manhã", diz a prostituta. "Sua missão é importante, mas não está no exército". O viajante está desesperadamente procurando redenção para sua mente e espírito, como um lobo perambulante procura por comida. Ela o enche de dúvidas; dizendo que o amor o iria tirar de seu caminho... Durante a conquista da Fortaleza de Xerigordon, O Caçador da Sombra (The Shadow Hunter) é ferido e tem de correr para escapar das tropas de Kilij Arslan. Perdendo sangue, ele entra em colapso antes de voltar a Constantinopla. Ele sonha com os pergaminhos perdidos nas ruínas do Templo de Salomão e dentro de cavernas perdidas no Mar Morto.
Eu me lembro do sangue em suas mãos
Tão envergonhado, se arrependendo de suas culpas
Tão indefeso, ele veio da escuridão
Nós falamos e tivemos uma boa conversa
O velho chapéu escuro me lembra de alguém
Acho difícil me lembrar
Abaixou a cabeça se rendendo ao sofrimento
Veste a face da guerra
Choros desesperados:
(Choros desesperados)
Correndo em círculos
(Lamentando em vão)
Rejeitando o terror
(Uma guerra pecaminosa)
Uma guerra pecaminosa
(Inocentes morrem)
Perdidos na fé de meu frágil coração...
...De meu coração
Vestindo preto, um arco sem flechas
Deus, tenha piedade de sua alma
Olhos de medo, trancados no horror
Minhas devoções se foram!
(Choros desesperados)
Correndo em círculos
(Lamentando em vão)
Rejeitando o terror
(Uma guerra de pecados)
Ataque atroz
(Ataque atroz)
Minha fé de cruzado
Se afoga em sangue religioso
Mas eu lutarei até o fim
Encontrarei meu Santo Graal
Correndo cego contra a fé
A razão escapuliu
Igrejas caindo como castelos na areia
Termina a Guerra Santa
Tome o bem pelo mal
(O que o homem ganha de seu serviço?
Sob o sol onde ele trabalha
O que é tão bom para um homem na vida?
Durante seus dias ele é simplesmente uma sombra
Tolice! Tolice! Diz o oráculo
Uma perseguição pelo vento
Sem sentido! Buscas sem sentido pela sabedoria
Tudo é vão, como sua caça pelas sombras)
Perdi meu orgulho, lutei em vão
Tive de achar razões para minha dor - Oh!
Correndo cego contra a fé
Correndo cego novamente
A Igreja está caindo como castelos na areia
Termina a Guerra Santa
Jesus era um homem
Com um coração, com uma mente
Com um corpo, com uma alma
Tão divino quanto você mesmo
Deus não tem mente, não tem coração
Não tem corpo, não tem alma
E nem semelhança de você
Não!
(Como perseguir o vento...)
Enquanto ele está enterrando sua esposa e filhos, o viúvo sabe que vai ter de carregar toda aquela dor pelo resto de sua vida. Todos os momentos que tiveram juntos, desapareceram de uma vez e se converteram em nada além de tristes lembranças. É sempre melhor para aqueles que partem do que para aqueles que ficam. Enquanto ele encara a face pálida do filho no caixão, ele entende quão sublime é estar livre dos vãos sentimentos mortais. Assim, não haverá mais dor para os mortos. (No Pain For The Dead)
De pé ao lado de seu caixão
Os pensamentos se perdem
A vida é só um fardo
Carregue o seu para longe
Limpe as lágrimas que caem
Momentos lembrados nos
Olhos da criança
Assista o mundo passar
Voando entre as estrelas
Não vá esconder as cicatrizes
Sempre
Choros de lamentos
Desperdiçados nesse mundo
Eu nunca teria notado
Sorrisos na chuva que cai
Lave as lágrimas
Encare o anjo da morte
Logo seu tempo acabará
Sua salvação está à frente
É por isso que eu disse
Não há mais dor para os mortos
Morrendo agora
As ampulhetas se acabam
Deixando esse mundo
Seu destino é
Esconder os lamentos
Levantando o rosto para o mundo
Um outro dia passa
Vivendo nossos minutos em vão
Enxugue as lágrimas
(Triunfo para os mártires da guerra
Caídos por causas dos outros...
Vale o sacrifício?
Heróis estão morrendo agora
Ouvindo suas mães chorarem
O Paraíso é uma metáfora
Liberte sua mente e espírito)
Mãe Terra, tua parte pegará minha
Alma, oh, não!
Água, vento e fogo...
Levarão para longe nossos espíritos
(Vítimas do Sacrifício)
Encare o Anjo da Morte
(Lutando para sobreviver)
Logo sem tempo acabará
(A Revolução permanece)
Sua salvação está à frente
Não é tão triste
Não há dor para os mortos
(Lutando para sobreviver)
Liberação da alma
Não é tão triste
Não há dor para os mortos, oh!
...Sem dor para os mortos
Em 1123, dois nobres da Europa e sete Cavaleiros Cruzados foram nomeados para guardar as ruínas do Templo de Salomão e para proteger os Cristãos que vinham visitar os locais sagrados. Eles eram chamados Templários. Pelos túneis dos restos do tempo eles encontram relíquias e manuscritos que continham a essência das tradições do Judaísmo e do Egito antigo, algumas das quais remetiam aos tempos de Moisés. Liberdade de pensamento intelectual e a restauração de uma religião única e universal era seu objetivo secreto. Aos olhos de Deus, toda manifestação de vida é a mesma. Não há caminho especial preparado para nós. Um ser humano não vale mais que um redemoinho carregando folhas caídas. Estamos todos sendo guiados pelos mesmos Ventos do Destino. (Winds Of Destination)
Sangue está correndo no chão
Como um rio dividindo linhas vermelhas
A angústia está em todo lugar
Esperança virando desespero
A vida é uma circunstância
Qualquer minuto passa
Deus, por favor olhe por nós todos
Você se importa?
Dançando no ar
Folhas girando em círculos dando
Prazer aos meus olhos
Entristece-se meu deleite
Quando a alegria se acaba jazendo
Despedaçada no solo
Oh! O sol nascerá
O começo da criação
Oh! Para os céus
Nos Ventos do Destino
Carregue-nos para longe
Arco secreto de Salomão
Escondido nas ruínas do tempo...
Para o rei
Muitos anos e séculos
Até que sete cavaleiros da ordem
Pelos túneis do passado
Aprendendo dos segredos...
De todos os modos!
Segurando sonhos em mãos zelosas
Todos esses arquivos
Perdidos e desperdiçados
Em algum lugar nos campos de batalha
Descanse em paz para o mundo comum
Templários estão vigiando
E guardando os pergaminhos
Os escudos de fé dos cavaleiros vigiam
Todos os manuscritos das leis sagradas estão lá
Dançando no ar
Folhas girando em círculos dando
Prazer aos meus olhos
...nascerá!
Oh! O sol nascerá
O começo da criação
Oh! Para os céus
Nos Ventos do Destino
O Caçador da Sombra começa uma nova religião, reunindo pessoas ao seu redor para espalhar a verdade por ele revelada. Palavras de paz e amor foram semeadas no coração dos sábios, mas caíram sem dar frutos no solo rochoso do coração dos cegos. "O futuro é uma conseqüência do que fazemos agora. O presente expõe os Frutos do Tempo". (Sprouts Of Time)
Eu repouso meus olhos no passado
Do primeiro dia até o último
Muitas coisas tivemos que aprender
Incontáveis enganos dos tempos passados
Agora reiniciamos, recriamos
Seu presente é seu futuro
Não vire as costas para a humanidade!
Vocês só querem salvar a si próprios
A ignorância queima como um fogo
Consumindo pessoas em sua chama
Criaturas fraternas, tão maravilhosas!
Tão diferentes e tão grandes
Frutos do tempo
As raízes evoluem
As sementes para o futuro
Foram espalhadas ontem
A colheita de amanhã
Nós plantamos hoje
Sua coroa para sempre durará
As árvores altas da vida
(Experiência de vida)
Quebre seu escudo e alcance a luz!
(Mente e alma)
Ache seu caminho para os céus
(Virá num som de trovão)
Rugindo com poder e fúria
O mundo recém-nascido
Frutos do tempo
As raízes evoluem
As sementes do passado
Brotando
Crescendo para sempre
Mãos no coração
Abrace um ao outro
As danças, os rostos, os sorrisos
Atrás do passado
Novas estações trazem a chance
De começar de novo
As árvores altas da vida durarão
Os círculos da vida
Quando ele acorda, dois homens Muçulmanos o estão carregando num tipo de rede balançando num longo pedaço de madeira. Fraco e assustado ele não consegue reagir. Bem acima de sua cabeça, onde o sol está amanhecendo, a Estrela da Manhã (Morning Star) brilha no céu do novo dia. A estrela de seis pontas apresenta uma cruz e um tridente juntos como um só. Ele entende o primeiro sinal ao ouvir o uivo dos lobos. Naquele exato momento, a primeira profecia é cumprida. Ele descobrirá mais tarde que os dois homens são irmãos. Eles decidiram carregar o homem até sua casa quando o viram deitado e manchado de sangue no chão... Na casa da família Muçulmana, sua adorável irmã Laura vai cuidar dos ferimentos do cruzado.
Hora do amanhecer
Ilumina um novo começo
Nas sombras de seus olhos
Dói por dentro
Coração ferido está se curando
Afinal você sobreviverá
Todo o tempo eu estive perdido no deserto
Contando o que sobrou das
Ilusões em minha mente
Lutas desesperançadas
Tolos pensamentos que estávamos no paraíso
Até que morremos, oh!
A morte nos trará de volta
Para onde pertencemos
Agora você deve decidir antes do
Amanhecer que ilumina um novo dia
Anunciando no céu
A Estrela da Manhã
Nada mais a perder
Estou seguindo meu caminho esta noite
(No meu caminho e...)
Gritando para a lua
Estarei vagando até encontrar
A Estrela da Manhã - Oh!
Outra chance você desperdiça
Sou o dono de meus dias
Estarei uivando pela noite até
O fim dos tempos
Olhe!
Todo este tempo eu estive perdido no deserto
Tenho que fugir!
Agora devo decidir antes do
Amanhecer que ilumina um novo dia
Anunciando no céu
A Estrela da Manhã!
Nada mais a perder
Estou seguindo meu caminho esta noite
(No meu caminho e...)
Silencioso como a lua
Vagarei até encontrar
A Estrela da Manhã - Oh não!!!
Outra chance você desperdiça
Pois estou seguindo meu caminho esta noite
(No meu caminho e...)
Gritando para as estrelas
Sou o dono de meus dias
Estarei uivando pela noite até
O fim dos tempos. Oh!
Fim dos tempos!
Gritando para as estrelas
Durante os últimos momentos da vida deste cruzado, ele ainda está questionando: "Eu estava certo? Eu estava errado?" Lembranças e pensamentos giram em sua mente. O prisioneiro está sendo visitado por anjos. Ou são demônios? Quem sabe? Como pode o mais puro coração julgar o mal? O Anjo da Morte estende os braços e oferece um confortável silêncio eterno. O Caçador da Sombra entrega seu corpo e sua alma, certo de sua Redenção Tardia. (Late Redemption)
Você desperdiçou todas as suas chances
Para se encontrar perdido e sozinho
Foi tão estúpido
Você foi tão egoísta
Cego demais para entender
Que estragou a própria vida...
Eu vou contando os dias
E já, já não tenho medo
Eu lhe peço
Eu imploro
Quando a minha hora chegar
Meu descanso minha paz
Envenenando com esperança
Os corações ao seu redor
A morte está te chamando
(Agora ou nunca!)
Dê prazer aos que ama
Antes que você os perca
Ganho minhas chances de volta pois
A vida é curta mas nunca é tarde!
É hora de achar a Redenção
Só o amor desafia a Ressurreição
Marque minhas palavras:
Deus abandonou esse mundo!
Viverei eu de novo?
Qual é a nova religião? Sim!
E o que deve ser o pão?
Realmente eu não me importo!
Jamais quero viver de novo
Nessa vã emoção
Acabou-se para mim!
Cante uma canção de ninar agora eu me lembro
Lembranças se retorcem em minha mente
Ganho minhas chances de volta
Porque a vida é curta mas nunca é tarde
É hora de achar a Redenção
Só o amor desafia a Ressurreição
Marque minhas palavras:
Deus abandonou esse mundo!
Meu destino se acaba
E essa esperança sobre sua compreensão
É o amor que você tem sonhado por tanto tempo
Acabou-se para mim
Vida consumindo vidas para continuar vivendo. Acaba para um, continua para todos. A cobra come sua cauda. O ciclo reinicia...